quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PESADÊLO

Sonhei!
Voce dizia ser eu um anjo,
Eu o via um homem em pânico.
Vivi!
Eu uma mulher em êxtase,
Você se redescobrindo homem.
Acordei!
Não há a mulher nem o anjo.
Do anjo as asas você cortou
E mulher podada é a que ficou.
Você, em mim só vendo maldade,
Sumiu! Fugiu!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

VENTO ENVOLVENTE

Caminho entre tanta gente
Sem o sol iluminando meu dia,
Nem a vir bronzear-me a pele.
O dia é cinzento, nebuloso,
Cor que não é definida,
De um certo mormaço.
Caminho entre passantes
Que vêm e que vão...
Uns registram em fotos
A beleza da paisagem.
Me percebo sendo tocada...
É o vento! Forte e suave,
Começo a percebê-lo comigo.
Me entrego ao prazer de sentir
O que ele tem pra me dizer.
O vento que me toca
É um vento que explora meu corpo
Me envolve de forma que me revela
Não ser aquele vento que incomoda.
Ao bater forte em minha pele
Me traz sensação de posse.
Este vento é ousado, invasivo,
Deixa meus cabelos em desalinho,
Expõe meu corpo subindo a saia,
Colando a blusa leve em meus seios.
Ele me tomaria pra si, se quisesse,
E me levaria prá onde lhe aprouvesse.
Depois o vento abranda e, suavemente,
Sopra no meu rosto, seca meus lábios.
Sinto o seu toque nos braços e pernas,
Me roçando, eriçando meus pêlos.
Uma sensação de frescor na pele.
Este é um vento terno que me abraça,
Como se descansasse sobre mim.
É um vento contido sussurrante,
Morno a se enroscar no meu corpo.
Descubro-me sentindo prazer
Por estar envolvida pelo vento.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

INFINITO, MAR, EU

Gosto de ir à praia
Sentir a bruma do mar,
A água molhando os pés
E ali ficar contemplando
Céu, mar e o nada entre eles.
Não vejo ninguém em volta
Só eu, o mar e o infinito.
Sou menina!
Os pés na água gelada,
A espuma sumindo na areia,
Sinto a vida, penso na minha.
Tudo é belo, intenso,
Infinito como a linha no horizonte.
Um dia, claro e iluminado pelo sol
O outro, nublado e sem cor.
Sou mulher!
Como a água sugada pela areia
Tudo passa, os amores, as dores...
Ou como o mar revolto
Que joga e puxa suas águas
Para novas ondas formar,
E tudo recomeçar...
As ondas quebram,
As bolhas chegam na areia
E eu lá com os pés a molhar.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

SAUDADE ALIMENTA A ALMA

Ouvi a jovem dizer que saudade não tem idade,
Eu lhe disse que quanto mais idade mais saudade.
Pus-me a sentir saudades de coisas passadas,
Umas há tanto tempo vividas, ainda junto a mim,
As tão recentemente vividas agora longe de mim,
Pelas possibilidades e impossibilidades
Que a vida nos apresenta durante a caminhada.
Saudade me faz buscar no fundo da memória
Momentos que vivi, lembranças guardadas.
Fico então a reler coisas pra alimentar a alma
Já que não posso alimentar meu corpo...
De você!