domingo, 29 de novembro de 2009

O MEU NATAL E O SEU

Natal!
Todos desejamos paz,
Uns aos outros,
Eu quero desejar mais,
Quero desejar presentes.
Que venham muitos presentes!
Não presentes embrulhados,
Presença de gente.
Gente alegre,
Gente animada,
Gente bonita,
Gente contente,
Gente faceira,
Gente que vibra,
Gente feliz,
Gente que tem
Tudo que quis.
Gente que faz
A alegria da gente.
Quero desejar ainda:
Natal de amor,
Muito amor,
Amor pelo avô,
Amor pelo neto,
Amor pelo pai,
Amor pelo filho,
Amor pelo empregado,
Amor pelo patrão,
Amor pela sogra,
Amor pela nora,
Amor por nós,
Amor pelo irmão,
Amor pelo amigo,
Amor por quem vem,
Amor por quem não tem,
Amor sem saber a quem.
Meu desejo é que se
Tenha, também, mesa farta
E todos cheios de fome,
De muita fome.
Fome de querer,
Fome de fazer,
E, assim, acontecer.
Fome de luz,
Fome de ler,
Fome de si,
Fome de ser,
Fome de rir e
Fome de vida,
Que deixe a outra fome
Menos sofrida.
Portanto, meu desejo,
Neste Natal, e peço
Como presente de niver,
É que toda gente
Tenha muita fome de paz
E de amor para o
O novo ano receber.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SER MUTÁVEL

Outrora criança rebelde,
Querendo seu lugar,
Seu colo, seu aconchego.
Briga interna constante.
Não sabia porque estava ali,
“Emprensada” entre tantos
Amados e desejados.
Quem mandou ser mulher?
Tornou-se uma garota tímida.
Colegas sabem atormentar,
A tímidos então nem se fala,
Insensíveis, a ela agrediam,
Expondo-a a constrangimentos.
Brigava consigo por assim ser,
Por deixar isso acontecer.
Veio a jovem agressiva,
Que não levava recados,
Que se fazia respeitar,
Mesmo que fosse no grito.
E, assim, foi levando a vida,
Ou por ela sendo levada,
A timidez não podia vir à tona,
Preferia mesmo enfrentar,
Tremia mas acontecia.
Aprendeu ou se perdeu,
Sabia o que queria,
Ou pensava saber.
Passou a brigar por tudo,
Por direitos, por ela,
também por cidadania;
Por irmãos, por amigos,
Pelos filhos, por convicções.
Agora, enfim, descobriu,
Não devia ter deixado:
A rebeldia instalar-se,
A timidez dominá-la,
A agressividade impulsioná-la.
Não gosta de nenhuma,
Jamais gostou!
Usou como armas, por defesa.
Quer ser forte, mas dócil;
Corajosa, mas terna;
Determinada, mas paciente;
Quer ser mais generosa
Com todos e, principalmente,
Com ela; se perdoar mais,
Ser menos ácida, menos cruel,
De seu fel fazer mel,
Viver de forma mais serena.
Ser apenas um ser
Sem nada a questionar,
Sem nada a procurar e
Sem consigo brigar.
Tempo haverá?!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

VOCÊ TAMBÉM É MINHA

Você sempre me emociona
Com seu riso, com seu “dinda”,
Com todo o carinho para comigo.
Meu elo com você não se explica
Mas, ele é muito forte, eu sei.
Talvez a considere um pouco minha,
Como se também a tivesse parido.
Não foi minha afilhada de fato
Mas o é de afeto, de ter querido.
Eu quis você e sei que acertei.
Eu era jovem e soube o quê dizer
Prá duas pessoas queridas
Que estavam esperando por mim,
Sem saber que eu chegava,
Só pra lhes falar o que queriam ouvir.
Adoro você e você sabe o porquê.

sábado, 21 de novembro de 2009

NÃO SUMO, ASSUMO!

Não me escondo...
De ninguém!
Se a alguém
Fizer algum dano,
Procuro me redimir.
Se fiz infeliz, saio,
Deixo o tempo corrigir;
Se muito cobro,
Paro, silencio, calo;
Se me acho demais,
Procuro aparecer menos.
Sumir, isso não faço,
É falta de coragem
De erros assumir.
Erro, erro demais,
Erro pra valer!
Mas, entre perdas e danos
Penso que nada devo,
Penso que não engano.
Estou aqui pra dizer
Que, se de mim lembrar,
Se quiser aparecer,
Certamente me encontrará
E tudo irei entender.

RUGAS, AS QUERO

Credo! que olhar é este?
Mirava e não piscava.
Olhos arregalados que fitavam,
No entanto, não olhavam.
A amiga diz: tem mais de setenta.
Penso (acontece raramente):
Que adianta não ter ruga e ficar
Com a cara assim tão esquisita?
Passei a olhar todas as senhoras,
Com as quais cruzava em Copacabana,
De idade a partir da minha
(sessenta, com cara de seis
meses a um ano a menos).
Que horror! Nunca reparei atentamente.
As mesmas expressões, ou melhor,
Expressão nenhuma! A mesma cara,
Pele repuxada, testa esticada,
Olhos esbugalhados, bochechas inchadas,
Lábios enormes, fazendo bico.
Creio que todas se acham lindas
E pensam ostentar juventude
Escondendo a idade. Bobagem!
Nada aparentando, podem ate
Fazer com que se pense, de
Matusalém, contemporâneas.
Não é exagero, é assim mesmo.
Poucas estavam sem botox, sem esticar,
E, lindas ou feias, suas rugas aparentes,
Na face lhes punham alguma expressão.
Envelhecer, e saber como, é dádiva.
Não sou contra acertar aqui e ali,
O que não se deve fazer é perder a noção
Que, nossas rugas, no rosto estampadas,
Expressam toda nossa emoção.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

CANSAÇO FINDOU

Tudo veio junto:
Carro pifou,
Coluna estourou,
Torneira quebrou,
Telefone não tocou,
Ninguém retornou,
Calor me sufocou,
Preguiça aumentou,
Mundo desabou,
Cansaço me pegou
E o sono chegou.
Sonho? pesadelo virou!
Suei, lutei!
Ufa! Acordei!
O pesadelo acabou.
Estou só! Compreendi.
Tenho que agir!
O dia amanheceu. Lindo!
Tudo está no lugar,
O que não estiver ficará,
Saberei resolver,
Serenidade virá,
Pra vida viver,
Sem me atormentar,
E nela melhor estar!

ELA, A GABRIELA

Minha filha amada,
Sempre muito esperada,
A que eu queria e não vinha.
Sonhei como era, antes de vir.
Até que chegou... cheia de “bico”,
De vontade; pequenina já
Não se deixava mandar.
Linda! Não tinha outra igual,
Até a “estrela” a homenageou,
Provo e comprovo, seu tipo copiou.
Muito desejada, ainda hoje a espero,
Sempre à sua espreita estou,
Quando a vejo meu coração dispara,
De amor só falto morrer.
Sei que ela também me ama,
No seu jeito tão especial de ser.
A Bi menina cresceu e virou mulher,
Mulher que tenho orgulho de ver.
Inteligente, honesta e audaz,
Não desanima e sabe viver.
É carente, fosse menina,
E forte, como mulher de fibra que é.
Esta é você filha que tanto amo,
Minha Gabriela, que está a me ensinar
O caminho onde procuro me encontrar.

domingo, 15 de novembro de 2009

AMAR TEM RISCO

Amar faz doer e sofrer,
A quem não sabe viver,
Viver o amor que vier,
Que só ele sabe quem é.

Ama quem sabe se doar
E quer o amado a cantar.
Quem cuida e não se dá
É porque não sabe amar.

De cuidados só prover
Pode tudo vir a ser,
Mas isso faz é sofrer
Àquele que se quer manter.

Mas, para não complicar,
Há quem só queira o estar,
De cuidados a se fartar,
Sem coragem de vir a amar.

Existe um amor pra valer,
Do jeito que tem que ser,
Sem ter medo de viver,
A emoção de vir a se perder.

Para este amor se ganhar,
Necessário também arriscar.
Por ele ate consigo brigar
E fazer da vida o verbo amar

sábado, 14 de novembro de 2009

MULHER EM PANE

Uma mulher frágil,
Em frangalhos,
Carente, impotente,
Triste e impaciente,
Foi a que encontrei hoje,
Em pane e infeliz,
Sem saber o que fazer,
Perdida na estrada.
Perguntei onde estava
Aquela mulher ousada,
Corajosa, determinada,
Alegre e que tudo faz.
Sem titubear ela respondeu:
Está de férias... prolongada!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

CHUVA QUE MOLHA A ALMA

Chove! a noite inteira choveu,
A água molha as ruas,
Deixando a cidade sombria.
Chuva com vento forte,
Que vem feito um intruso,
Batendo portas e janelas,
Congelando até a espinha.
Vento que traz as ondas,
Que quebram na praia,
Se fazendo ouvir ao longe.
Tudo isto é o céu,
Mostrando a inveja do amor,
Que faz chorar a mulher,
Que não soube se fazer amar.
O céu quer mostrar à todos,
O quanto é mais caudaloso
Que a mulher, frágil, a chorar.
O amor não vivido e interrompido,
Quando desejo há nos amantes,
Faz olhos debulharem-se em lágrimas
Ardentes que queimam o coração
Daqueles que o sentem.
Lágrimas são como as chuvas,
A água da chuva lava as ruas,
enquanto lágrimas lavam a alma e
deixam as amantes frágeis e nuas.
Nuas porque a todos se revelam,
demonstram o que padecem e,
Das promessas feitas, ate esquecem.

DE TODOS OS AMORES

Amor com dor
Todo mundo já rimou,
Todo mundo já cantou.
E, com muita propriedade,
Disse Gabriel Garcia Marques,
Ao falar do poder, o comparando
Com o amor, “... tem dois gumes:
Exercemos e padecemos.
Gera estado de levitação pura,
Gera também seu avesso...”
Quem ama sofre por inveja,
Por ciúme, por perder,
Por não ter, sofre até porque
não sabe com ele viver.
Mas abdicar de amar
Não é pra qualquer pensante,
Pode ser até que não exista
Um sequer para contar
Ter passado a vida sem amar.
A maioria que não tem amor,
E dele nem quer mais saber,
Decerto só viveu o que é dor,
Amar, ainda nem sabe o que é.
Tem amor de todo jeito,
De pai, de filho, de amigo,
Amor paternal, amor filial,
Amor fraternal e o, sem igual,
Amor maternal. Mas, o amor
Mais complicado, que mais
Mexe com a gente, é o
Que nos dilacera o coração,
Oprime e sufoca o peito,
Perturba nossa mente, até
Chega a ferir nossa alma e,
Embotando nossa vida, faz
Lágrimas virarem sangue.
Este amor é o que se sente
Por quem não gosta da gente

domingo, 8 de novembro de 2009

ESTAÇÕES DA VIDA

Adolescência é a primavera,

Nos jovens a estação é verão,

Inverno a fase adulta da vida,

E, enfim, o outono que

Muitos alcançarão, outros não.

Descobrimos nosso corpo,

Vamos desabrochando,

É a natureza, sobejamente,

Se fazendo em nós primavera.

Ah! o amor e suas dores,

Vêm com a adolescência,

É o nosso despertar!

Que delícia o verão!

Namoramos, dançamos,

Curtimos a juventude,

Com todas as descobertas

Que ela nos traz, na busca

Incessante de prazer, de

Nosso amado encontrar,

Vivendo amor e dor

Em todo seu esplendor.

Inverno é o tempo

Do recesso, do crescer,

Do trabalhar, do se afirmar.

Seja como homem,

Como profissional,

Criando filhos, produzindo.

Administrar a vida,

Amar e sofrer, uns

Sem muito se rebelar,

São coisas que adulto faz.

E vem o outono, e com ele

Podemos viver, tal qual na

Adolescência, novo despertar.

Temos mais sabedoria

Para toda dor de amor viver,

E dela tirar proveito.

Nesta fase da vida

Não se tem pressa,

Os filhos já caminharam,

Não mais trabalhamos por

Necessidade, se o fizermos

Será mais pra não enferrujar

E o espírito jovem ficar.

Quem puder no outono chegar,

E souber dele aproveitar,

Verá a vida mais bonita

Pois aprendeu a contemplar,

E até aprendeu o que é amar.

Duas pessoas na velhice,

Que se descobrem amando,

Trazem no rosto espelhado

O que lhes dá felicidade.

Nesta fase, todas as estações

Vividas em sua plenitude,

Por quem soube esperar.

Se quiser ver é só observar!

sábado, 7 de novembro de 2009

EXPLICAÇÃO À JÔ

Você não entendeu,

Não analise a mim

pelos poemas que faço.

Se ficou transparecido,

Eu agora lhe explico:

Não preciso,

pra ser feliz,

De novo amor.

Eu tenho amor,

Eu tenho amores,

Talvez até paixão,

Ainda sei não.

Quanto à história,

Ela acabou,

Não estou remoendo,

sequer ruminando,

Descobri que morreu,

Já há tempos.

E hoje vi, exumada,

Os ossos viraram pó.

PAIXÃO É VIDA

Descobri mais que a pólvora,

Descobri que a paixão

É mais importante que o amor,

E, foi assim, de repente,

Agora, num rompante,

Sem querer, pensando na vida.

Vivi uma vida com alguém

Porque por ele era apaixonada,

Não era amor, era paixão.

Ele soube me conquistar.

Me apaixonei e amei,

Aquele homem me desejando,

Aquele homem me amando,

Aquele homem me dando filhos

(o melhor pai pra qualquer filho),

Aquele homem que confiava em mim,

Que eu queria perto de mim.

Um dia veio a total decepção,

Ele não mais me desejava não.

Acabou a paixão, o amor não,

O amo pelo que vivi,

Por tudo que com ele descobri.

Eu o amo porque é pai de meus filhos,

Nada de mal quero que lhe aconteça,

Mas por ele não tenho paixão,

Nem com ele quero viver não.

Só quero viver se for por paixão,

Porque viver só por amor,

Não deve ser bom não.

Amor só sem paixão não dá tesão,

E vida sem tesão não tem graça não.

Agora, sem errar, sei que posso amar,

Por quem vier a me apaixonar.

Não é que troque de amor fácil,

É que posso amar se apaixonar,

Foi isso que descobri,

E em que nunca havia pensado.

Pensava que paixão era ruim

E, no entanto, ela que move a mim.

Sei me dedicar a quem amo,

E a tudo que faço,

Mas sei que posso mais por quem,

Ou por aquilo que me apaixono.

Preciso viver de novo uma paixão.

Pra me sentir viva preciso me apaixonar,

E saber que posso me fazer também.

É assim que funciona comigo,

Amar vem na esteira da paixão.

Me apaixono, a vida fica cheia de graça,

vira um verdadeiro tesão e

Passo a amar pra valer minha paixão,

Seja ela um homem ou uma ocupação,

E por ela vou pra qualquer grotão.

Viva a paixão!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

ANGÚSTIA

Abraço apertado,

Sorriso molhado,

Beijo salgado,

Tudo negado.

O sol não aparece,

Nada acontece,

O corpo padece,

A vida espairece.

Ah! se pudesse,

O dinheiro desse,

Punha no avião,

Toda a solidão.

So resta a prece,

Que arrefece,

Tira todo o tesão,

E toda a ilusão.

PARABÉNS! O MEU

Para você parabéns,

E, que, os anjos digam amém,

Pra tudo que quero lhe desejar.

Felicidade não é brincadeira de papel,

Como disse o poeta,

Ela está à sua procura, abra a porta,

A deixe entrar.

Se não quiser abrir faça, com o que tem,

Uma vida florida pra seu caminhar.

Diga tudo o que quer,

Escreva num papel e vá fazendo a sua parte,

As outras virão, basta ter convicção.

Se sua felicidade estiver no outro,

Sejam filhos, companheira, amante, amigo,

Diga-lhes o que deseja e, juntos,

Façam com que aconteça.

Pra estar bem com a saúde também precisa,

Além dos médicos, de toda uma ciência.

Equilibre os sentimentos pra que o organismo

Nao sofra as consequências.

Fique de bem com voce, isso de verdade,

Voce pode enganar aos outros

Mas, não consegue ao seu coração,

Ele bate forte em seu peito,

Cada vez que voce lhe diz não.

Esta receita lhe dou e dela vou aproveitar

Vou hoje, neste dia, em sua homenagem,

Me prometer que felicidade, tudo que quero,

É fácil de conquistar,

Basta querer o possível e só com ele contar.

Será o meu presente de niver,

Pra voce que tanto me faz pensar

E a quem desejo muito agradar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

CONTANDO DE MIM

Fruto de amor virei feto;

Tive pai e tive mãe;

Fui bebê, fui criança;

Adolescente, corri na rua, bati

E apanhei; fui jovem e estudei;

Então fui a professora,

A bancária, a contadora;

A economista, a planejadora;

A responsável por zona eleitoral,

E, requisitada, até na pesquisa

Atuei; enfim a aposentada...

Nossa! Que palavrão!

Fui patroa, fui empregada e,

Enquanto labutava, tive amigos e

Namorados; adoeci e me curei;

Casei e virei adulta;

Fui esposa, tive filhos, virei mãe

(me achava super mãe);

Pensava também que era amante,

Mas era esposa somente.

Veio a separação e,

Separada... baita palavrão!

Uma amiga, por isso, perdi,

E até hoje não entendi;

Ficha me recuso a preencher,

Pois casada não sou,

Divorciada também não;

Disse ao médico: "em aberto",

Ele riu e disse: “esta é uma boa”.

Pensei com imodéstia: boa sou eu!

Agora tenho mãe, filhos e genros;

Noras , irmãos, sobrinhos e amigos;

Sou filha, sou tia, sou amiga;

sou mãe, sogra e... delícia! sou avó!

Mas isto só não me basta não;

Voltei a querer ser namorada,

Amante e ter profissão;

Arranjei uma ocupação,

E, com isso, passei também

A ter mais diversão.

Ainda, assim, só isso não basta,

Quero mais inventar.

Pensei em crônicas fazer, ou

Um livro escrever, mas não sabia

Nem por onde começar;

Até que um dia, apaixonada, pensei:

Poema é a solução; daí não mais parei.

A paixão era invenção? Sei não!

O sapo virou príncipe, não rei,

E príncipe é homem e tolo;

Homem tem lá seus dramas,

E, disso, não comento não.

Agora descobri que, no intervalo,

Entre a jovem, a adulta e a velha

Que serei; surgiu a nova mulher,

Sem modéstia, uma bela mulher;

Apaixonada por tudo que faz,

Teve tudo que quis esta Mulher;

Se basta com bem pouco na vida,

Mas o pouco pra ela sempre é muito;

Só do bom e do melhor esta mulher quer.

PERMISSIVAS BOBAGENS

Quando fiz cinqüenta anos
Disse que ia me permitir
Falar todas as besteiras,
As besteiras que pensasse,
E, pra críticas, nem ia ligar.
Assim foi, ria e me divertia,
De quem se escandalizasse.
Não era vulgar, acredito,
Mas não me policiava.
Depois dos sessenta,
Permito-me fazer todas
As bobagens que não agridam,
a mim e nem a outrem.
Por isso estou procurando,
A ninguém atormentar,
E com as palavras brincar.
Com palavras brincando,
Bobagens vou querendo,
E muitas outras falando.
E, de olhos abertos, besteiras
Vou fazendo e me permitindo.
Espero que a vida seja este
Divertimento pra quem descobre
Que não tem que ter pressa,
Pois com a idade o tempo voa.
O meu tempo tem voado e,
Quero por ele ir passando,
Rindo, dizendo besteiras e,
Brincando, fazendo bobagens.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

DESTINO SONHADO

Vivendo vou vencendo,
Vencendo meus limites
Tenho vivido.
Descobri que, na vida,
Pra ela melhor ser vivida,
Precisamos aceitar desafios.
Temos medo de voar,
Se isso aceitarmos,
Não entramos num avião,
E não vamos além do chão.
Temos medo de morrer,
E, por medo de morrer,
Nosso mundo fca pequeno,
E... deixamos de viver!
Temos medo de amar,
Com medo de sofrer,
Evitamos esta dor,
Mas, também, não vivemos
O que é o amor,
Não sentimos um alguém,
Que nos ama e quer bem,
Que tudo pode nos dar,
E de prazer ate nos matar.
Terminar relação falida,
Coragem poucos têm,
Não sabem que o recomeço,
Tal qual a primavera,
Enfeita o jardim da vida,
Nos fazendo sentir até
Emoção já esquecida.
Viver é arriscado,
Isso já ouvi e já li,
Mas o sabor do risco
Eu sei e já senti.
Viver a vida com prazer,
Não é pra qualquer um,
É para aquele que quer
Sair da janela,
Fazer seu caminho,
E não só ver a vida passar.
É assim que construímos,
A vida que queremos,
Ousando, desafiando,
Nos atirando, arriscando.
E, vencendo limites.
Nossos sonhos, então,
Transformam-se nos
Nossos destinos.

AMIZADE E ADMIRAÇÃO

Minha amiga diz:
“sou toda pensante,
quieta e também falante,
voce é como meu espelho,
lhe confesso:
estou me preprando pra voce!"
Nem sei o que, com isso,
ela quer dizer.
Mas sei que quando diz:
"cresço sempre com voce!”
ou “quando crescer,
quero ser como você!"
mostra toda a generosidade
daquela que sempre me ouve,
e, na metade de minha idade,
tem muito a me dizer.
Amigas tenho aos montes,
perto e também distantes,
sempre me fazem carinho,
e, com elas, traço meu caminho.
Nesta estrada da vida,
mesmo comigo na direção,
o rumo que devo tomar,
são amigas que me dão.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

CENÁRIOS DE UMA EMOÇAO

Dirigindo não contemplo.
Um dia, seis horas, num taxi,
enseada de Botafogo,
o sol cobrindo a cidade.
Olho à esquerda,
uma nuvem cobre o
morro do Corcovado,
acima dela vê-se só o Cristo,
braços abertos
(já cantou o poeta),
abençoa a cidade,
me abençoa e diz:
“vai, sê feliz!”
Linda imagem!
À direita o sol
brilhando radiante,
ilumina o mar,
a baía.
Maravilha!
Isso é um privilégio,
morar no Rio de Janeiro,
desfrutar destes cenários.
Me emociono de viver isto.
Estou e sou feliz.
Contemplo e aproveito
destas imagens.
Comento ao motorista:
só falta o povo amar
mais esta cidade e
cuidar que esteja limpa.
Limpa de todas as mazelas.
Chego ao Santos Dumont,
da emoção à tensão.
Que tensão!
Mix de felicidade, emoção e
tensão, como nunca vivi.

HOJE

Não quero o hoje
Ele esta me sufocando,
Me oprimindo o peito.
Não quero chorar,
Não quero sofrer.
Quero rir e gargalhar
Sem sofrer, sem chorar.
Vou programar o dia de amanhã,
Que cheio de esperança será.
O hoje esta cheio de saudades,
Saudades que tenho de mim,
Saudades do dia de ontem,
Saudades do que terei amanhã.
Amanha não quero "este" ontem,
Ontem não queria "este" amanhã.
Hoje quero apagar tudo,
Tudo que da vida hoje pensei,
Pensei ate virem lágrimas,
Lágrimas que sempre represei.
Não quero meu rosto molhado,
De lágrimas sem sentido,
Sentido que não encontrei,
Pra esta tristeza amarga,
Que hoje a mim se agarra,
Atrapalhando minha vida,
Que me apraz ser vivida.
Chega deste hoje triste,
Posso e vou fazer diferente,
Olhando sempre à frente,
Darei sentido à vida,
À vida que hoje não tive!

SOLIDÃO

Ela vem de mansinho,
A sinto logo que choro,
Instala-se bem pertinho,
Sei que com ela já moro.

Ela sabe a força que tem,
E, como uma pessoa ruim,
Tripudia sempre que vem,
Não a quero perto de mim.

Há quem com ela conviva,
Dela sempre tira proveito,
Ferindo-se em carne viva,
E com muita dor no peito.

Lutamos como duas feras,
As duas muito valentes,
Na luta a expulso deveras,
Ou com ela fico eternamente.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

MEUS DELÍRIOS

Os vejo longe,
Meu sonho vem vindo.
Os vejo perto,
Meus filhos e meu amor indo.
Estão todos longe,
Não os alcanço e canso.
São sonhos e devaneios
Acordo e descanso.
Sempre estou longe,
Quando os quero perto.
E, quando perto,
Eles bem longe.
Tudo incerto,
Tudo sofrido,
Nada vivido.
Penso no remanso
Que quero e não quero,
É manso e me canso.
Tudo está perto,
Tudo está longe.
De repente desperto,
Tudo é delírio.
Ou não!