quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

BALANÇO DA VIRADA DO ANO

Muitos fazem projetos no fim de ano
Prá serem vividos no ano que vai começar,
Projetos que fizeram nos anos anteriores
E que a execução foi ficando pra depois,
Projetos novos ou renovados.
Outros nada projetam,
Ano novo é só mais uma mudança
No ano do calendário.
Alguns refletem sobre o ano que finda,
Fazem balanço do que lhes aconteceu
Pra saber dos dividendos, lucros e perdas,
Como fazem os contabilistas.
Como em empresa, nem sempre é possível
Jogar o prejuízo pra ser quitado no novo ano.
Perdas de vida, de tempo, de emoção,
Não são resgatadas, ficam só registradas,
No livro da memória, guardado em escaninhos
Escaninhos onde guardamos emoções
Para que um dia possamos recordar e então,
Só então, avaliar o peso que cada acontecimento
Teve no percurso de nossas vidas.
Escaninhos onde estão as nossas perdas
De pessoas que se foram e fazem falta
Ao nosso dia a dia, pessoas que valorizávamos
Com elas estar, que de nossas vidas saíram
E nos deixaram muitas saudades.
Tem escaninho de nossos lucros, das vivências
Que tivemos e que ninguém nunca nos roubará,
Elas fazem parte de nós, de nossas vidas,
São lembranças de momento único, ímpar,
De prazeres, de segredos, de vida vivida.
Assim, ano refletido, projetos renovados,
Ninguém fica alheio à data, todos são envolvidos,
Querendo ou não querendo, participam
Deste novo amanhecer, na espera do acontecer.

ANO QUE VAI, ANO QUE VEM

Finda o ano, do meu faço um balanço,
Foi um ano bom, cheio de descobertas,
Descobri muito de mim, descobri emoções
Que não imaginava ser capaz.
Foram momentos sublimes,
Meus, vividos com intensidade.
Foi muita solidão... nisso me reencontrei.
Tentando suportar minha companhia,
Com muita dor, descobri que sou importante,
Que fui importante, em algum momento,
Para alguém que, hoje ausente,
Já esteve presente em minha vida.
Ouvi isso de pessoas que foram e são
Importantes pra eu continuar a lutar,
E a razão da vida e do viver encontrar.
Do novo ano espero ter esperança
E acreditar que tudo acontecerá
Como desejo, como eu imagino.
Que ele venha cheio de muita energia
E me traga uma boa e saudável companhia.

sábado, 26 de dezembro de 2009

MOMENTOS MEUS

Lembro de um e de outro amigo,
E lembro o que vivi em algum momento,
A ceia de natal de casa em casa, na rua,
O domingo, no balneário ou no clube e
À tarde o cinema, em bando.
Arrogantes, também fechávamos a rua
Para cemitério e outras brincadeiras jogar.
No Nacional tínhamos cadeiras reservadas
Para os jogos assistir, filhas de diretores,
Diretores que sustentavam o clube,
Achávamos que éramos donas do pedaço.
Éramos! Éramos muito era falantes.
Jogo da copa todos na rua o rádio ouvindo.
Depois com TV não tinha espaço no chão,
Todos em nossa casa apinhados.
O ladrão levou a TV no dia que ia ter jogo,
Que sufoco!
Que “corre corre” pra uma TV comprar e instalar.
Carnaval todos juntos num clube só,
Cada pai num clube ia levar.
Ficavam como tontos a buscar uma e outra
Para comer e algo beber prá não desidratar.
Sem pais ao lado só no último dia,
Pois voltávamos só ao raiar do dia.
Íamos, em grupo, fantasiados,
Os pais ficavam olhando a banda tocando,
Nós atrás, dançando, a caminhar,
Para na praça a festa do momo terminar.
Namorar tinha que prestar contas às amigas,
Se o gajo não agradasse melhor desistir,
A torcida arranjava jeito prá tirá-lo de campo.
Não gostaram de um por conta do perfume.
Elas cuidavam de tudo o que fazíamos,
Se beijávamos contavam até os segundos
Do tempo que o beijo durava.
Isto sim que era sufoco,
Pois daí vinha uma inquisição, umas contra,
Outras a favor da ousadia.
Só rindo! Lembrar disto me faz rir
E deixar de sofrer pelas lembranças,
Da distância destes momentos.
Penso que o que sinto não é só saudade,
Isto deve ser também é muita nostalgia!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

RENASCIMENTO

Agora, neste momento,
Reflito que preciso renascer,
Já renasci tantas vezes...
Por que não mais uma?
Deixar que angústia e
Melancolia se dissipem.
Aprender que a solidão,
Solidão por mim escolhida,
É criativa, se sabemos vivê-la,
E pode ser agradável companhia.
Ela me faz pensar e escrever,
Permite descobrir um monte de mim,
Coisas boas, coisas ruins.
Agora, no momento que me falam
Ter nascido no mesmo dia de Cristo,
Vejo que é um bom dia pra pensar,
Acreditar que viver a vida vale a pena.
Que a minha sempre valeu,
Pela família onde nasci,
Pelos filhos e família que criei,
Pelos amigos que lembram de mim e
Por todos que muito me acarinham.
Minha vida é cheia de privilégios,
Uns ganhos de ”mão beijada”,
Outros por mim conquistados.
Então por que drama?
Vou aproveitar deles... usufruir!
Eu mereço! Dizem que mereço,
Que mereço tudo de bom e
Que sou boa gente.
E penso sim que merecemos o que temos.
Temos livre arbítrio pra escolher
Como viver, é só aprender a ser.
Tem quem não nos mereça
Então melhor que os esqueça.
Poucos têm amigos como eu,
Deles devo me cercar
E muito alegre ficar
Com quem comigo queira estar.
Deixar de viver a fugir,
E curtir! Curtir os momentos.
Renascer e fazer projetos,
Projetos de viagens, de vida!
Nasci no dia de Cristo,
Não sou Ele,
Nem mesmo sou uma Santa Maria
Pra viver uma vida
Em tão grande agonia.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

SAUDADES DE MIM

Quantas saudades!
De tudo que já fui,
De tudo que seria.
Chamo por mim não respondo
Só escuto o eco do silêncio,
Silêncio que dói nos meus ouvidos.
Nem o barulho dos bares,
Que ecoa na rua, é maior
Que o grito deste silêncio dentro de mim.
Chamo por ele, ele não responde.
Nem sei quem é ele, nunca o vi.
Nem que voz tem... será que tem voz?
Sequer com ele falei.
Ele talvez nem exista,
Nem nunca vá existir.
Quando chega, ele nem é ele (O AMOR),
É ela, a solidão que me atormenta,
Minha mais fiel companhia,
Vem até quando não quero,
Vem e faz moradia,
Toma todo o meu tempo,
Toma todo o meu espaço.
Deixa-me acéfala,
Nem pensar posso.
Sou só um corpo que caminha.
Confundo tudo. Confundo saudades com
Tristeza, angústia, melancolia... pena.
Pena de mim que vivo a mentir
Que sou o que não sou.
Então sinto saudades do que finjo que sou.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

MOMENTOS ETÉREOS

Existem momentos vividos,
Alguns até sublimes,
Que nos deixam extasiados,
E nos fazem sentir felizes.
Às vezes são fugazes
Mas com eles viveremos sempre,
Eles se eternizarão dentro da gente.
Momentos que, nas nossas lembranças,
Boas ou ruins, deles jamais esqueceremos.
Lembraremos que, naquele momento,
Naquele instante, enganados ou não,
Pensávamos sim ser felizes.
Etéreos momentos que se encravam
Dentro de nós eternamente.
Marcam, como se gado fôssemos,
Nossa pele, nossa carne,
Não saindo de nossa mente.

domingo, 13 de dezembro de 2009

ATORDOADA

Atordoada é como me encontro,
Os pés estão no chão, colados.
A cabeça nas estrelas, voando.
Poderia ser por amor ou paixão
Mas é por estar meio perdida,
Sem saber o rumo da estrada
Desta vida cheia de bifurcação.
Se à direita encontro muita pedra
À esquerda, sendo radical,
Muitos abismos a enfrentar.
À frente, na reta, coisa sem graça,
Sem emoções, muita mesmice.
Poderia voar, teria só fantasia,
Seria uma opção, mas ficaria vazia.
Sonho demais também é fugir
Da vida real que pode surpreender,
Em algum lugar, a qualquer momento.
Mesmo de tudo tendo consciência,
Com todo meu discernimento,
Ainda não sei como fazer para
Livrar-me deste grande tormento,
Que tem roubado meu tempo, que
Virou Idéia fixa em meu pensamento,
Fazendo com que eu esteja na vida
Sem saber sair deste atordoamento.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

SOLIDÃO É O VAZIO

A chuva deu uma trégua, estiou.
O dia amanheceu sem água caindo.
Uma réstia do sol, tímido,
Querendo entrar pela janela.
Eu, inerte, na vida pensando:
Velhice tem a ver com solidão?
Não que me sinta velha,
Meu espírito não envelheceu,
Mas vejo os dias passando.
Não penso no dia de amanhã,
Nem mesmo no dia de hoje,
Só no que tenho que fazer agora,
No que é premente.
Programo uma série de atividades,
Muita cultura e lazer,
Mas aí penso que vai chover
E arranjo desculpas pra não fazer.
Não tenho medo da velhice,
Mas não sou amiga da solidão,
Não fiz ainda um pacto com ela,
De viver com ela dentro de mim.
Com ela tenho mais convivido,
Mas não quero a sua intimidade.
Ser sua conivente, sei que é preciso.
Preciso aprender a conviver com a solidão
Senão serei uma velha sempre triste
E isso não quero prá mim.
A solidão é o vazio que vejo quando
Olho dentro, no fundo de mim.
E quando a vejo meus olhos marejam,
O peito dói, a garganta sufoca,
Seguro o pranto que teima até cair.
Não entendo o processo pelo qual passo.
Será que chego a ter pena de mim?
Sorte a minha que penso ser forte,
Invento coisas a pensar, a imaginar.
Penso que as palavras são minhas aliadas.
Escrevendo, lendo e até teclando,
Vou ganhando, no meu dia a dia,
A luta constante que travo.
Não luto contra a velhice, gosto dela,
Luto contra a maldita da solidão.
Tem vencido a minha integridade
Apesar de muito aperto no coração.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

DESESPERANÇA

A vida passa
E eu na espera;
Sei que o amo
E nunca o alcanço;
O mundo gira
E ele nunca vem;
O rio corre
E eu remando contra;
Vou na correnteza
E ele quer o remanso;
O dia se foi
E nada mudou;
O dia voltando
E nada mudará;
A noite chegou
E eu a rondar;
Estrelas se escondem
E eu não posso brilhar;
A musica toca
E eu nem sei dançar;
A cidade se ilumina
E eu na escuridão;
Chove la fora
E eu choro na cama;
Ondas quebram no mar
E eu estou à deriva;
Há vida lá fora
E aqui dentro solidão;
Carros na rua buzinam
E no quarto só o silêncio;
O sono me domina
E eu nem sei sonhar;
O futuro chegou
E estou sem presente;
Nós nos queremos
E não nos pertencemos.
Resta somente lamentar
E com a desesperança ficar.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

UMA CENA TRISTE NO RIO DE JANEIRO

Não tive medo,
Queria era tirar a Carol dali.
Ela, encolhida no banco,
Dando-me instruções
De como sair de ré.
O cara de trás preocupado,
Medo de bater o carro.
Os tiros zunindo... muitos!
A polícia que vinha ao lado
Deixava-me insegura,
Afinal poderia revidar.
Eu ali, no meio, bem na mira.
Saíram primeiro, recuaram!
Não me abaixei, na hora
Não preocupei por mim,
Depois veio a reação, claro!
Tremia e chorava,
No mosteiro, agradecendo,
Abraçada à amiga.
Dia amanhecendo, sombrio!
Teimosa, fui ao aeroporto.
Ainda comentei o perigo,
De naquela hora trafegar
Naquele itinerário... Fui!
Na volta, pegando a tal
Da linha vermelha
(nos lembra o sangue,
por ali muito já derramado),
Percebi os carros parados
E perguntei à Carol
Se era assalto ou acidente.
"É assalto!", disse assustada.
Vi um cara apontando arma
Pra alguém de uma moto.
Parei! Cautelosa, sempre
Mantenho certa distância.
Quando parei os outros
Perceberam e foram parando,
Indiquei que era um assalto,
E todos foram voltando.
Quando os bandidos deram conta
que estávamos recuando
e viram um carro de polícia,
Começaram a gritar, atirando.
Eu tentando voltar sem poder,
E, com espaço à minha frente,
fiquei exposta, vulnerável.
Nisso vi a mulher em pânico,
Descendo do carro apavorada,
Se protegendo abaixada.
Um homem, logo à frente,
Já estava agachado,
Cara de terror, chorava,
Era o que me parecia,
Olhava como pedindo socorro
À polícia que agora fugia.
Até que consegui recuar.
Sorte que havia uma rua
Os carros nela entravam pra
Criar espaços e podermos voltar.
Todos nós, impotentes, ali parados.
Um congestionamento enorme.
Enfim vem um carro de polícia,
Agora sim, destemidos,
Para enfrentar os bandidos,
Não sei se estes fugiram atirando,
Ou se políciais pegaram algum deles.
Depois abriram um lado da pista,
Para nos dar passagem, enquanto
Viam documentos dos assaltados.
Com nosso medo ainda instalado,
Comentando o horror, saímos dali.
Vi mulher sem o carro, andando
De um lado pra outro, chorando.
É terror? É pavor?
Nem sei o que é!
Mas tem sensação de impotência,
Sensação de desvalidos
Entregues à própria sorte.
Muito triste esta cena no Rio,
Nesta cidade de tantas maravilhas.
Só pode ter conivência,
Afinal todo mundo sabe que ali,
Naquele local e naquela hora,
Sempre acontece assaltos.
Por que, então, quem tem o poder
Não age pra evitar que turistas, e
Todos do povo, por isso passem?
Ontem era um domingo de festas,
Dia da decisão do Flamengo.
Gente chegando prá curtir o time,
Sendo humilhada e sofrendo achaque
Por meia dúzia de assaltantes
Que, cheios de poder, fecham a via
E, junto aos demais bandidos,
São hoje os donos da cidade,
Com a cumplicidade de autoridades.

sábado, 5 de dezembro de 2009

MEU PORTO SEGURO

Sei que você é presente,
Você esta sempre presente.
Me apoiando, quando preciso,
Dando-me bronca, se mereço,
Sei que com você posso contar.
E conto! Até faço média:
O Cuca pode não parecer,
Mas está comigo pra valer.
Se algo me acontecer,
Sei que do meu lado estará.
Sempre muito decidido,
Cedo aprendeu a trabalhar.
Adorava ser prestativo.
Nas festas da família
Era o garçom, de gravatinha
E guardanapo na mão.
Atendia às mesas com bebidas,
Serviu tanto que aprendeu
Como se toma cerveja (pois é!).
Depois, no super mercado,
Arrumava prateleiras,
Ajudando aos empregados,
Parecia mais responsável
Que os próprios donos.
Os tios lhe davam corda,
O avô todo orgulhoso ficava.
Aos quatorze já se mantinha,
Dispensando a mesada.
Cobrava dos irmãos a lição,
Sabia que a mãe não perdoava
E não queria que eles
Sofressem as tais “sargentices”.
O Cuca aprendeu cedo, muito cedo,
Que cumprir compromissos
Fazia parte de sua obrigação.
De tudo fazia gozação,
Que o diga as irmãs e o irmão,
Só não queria fizessem com ele,
quando perdia o Mengão.
Ficava doido! E, como o Fla
Só apanhava, mudou para o Atlético.
Nem sei como está o seu time
Mas este agora é de coração,
O Mengo era por conveniência
Ou uma certa imposição.
Desta vez não muda mais não.
Sabe de tudo um pouco,
De crítico de cinema já posou,
Como barman euro ganhou.
Cozinha? da italiana à japonesa,
Tudo se não estiver com preguiça,
Senão... melhor esquecer!
Na sua hora, no seu momento,
Então... melhor nem contar!
E disso eu entendo porque
Também sou assim.
Este é o meu filho que hoje
Faz aniversário e queria beijá-lo.
Adoro sabê-lo: corajoso, seguro,
Audaz e sem preconceito,
Muito competente desde o colégio,
Penso que o seja na vida.
De caráter, de muitos amigos.
Bom pai, bom filho, bom amigo!
O Cuca, o CV ou o Carlos Vicente
É um homem e ainda o vejo menino.
Aquele menino, lhes asseguro,
hoje é o homem que, se eu precisar,
Me dá a mão e é meu porto seguro.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

domingo, 29 de novembro de 2009

O MEU NATAL E O SEU

Natal!
Todos desejamos paz,
Uns aos outros,
Eu quero desejar mais,
Quero desejar presentes.
Que venham muitos presentes!
Não presentes embrulhados,
Presença de gente.
Gente alegre,
Gente animada,
Gente bonita,
Gente contente,
Gente faceira,
Gente que vibra,
Gente feliz,
Gente que tem
Tudo que quis.
Gente que faz
A alegria da gente.
Quero desejar ainda:
Natal de amor,
Muito amor,
Amor pelo avô,
Amor pelo neto,
Amor pelo pai,
Amor pelo filho,
Amor pelo empregado,
Amor pelo patrão,
Amor pela sogra,
Amor pela nora,
Amor por nós,
Amor pelo irmão,
Amor pelo amigo,
Amor por quem vem,
Amor por quem não tem,
Amor sem saber a quem.
Meu desejo é que se
Tenha, também, mesa farta
E todos cheios de fome,
De muita fome.
Fome de querer,
Fome de fazer,
E, assim, acontecer.
Fome de luz,
Fome de ler,
Fome de si,
Fome de ser,
Fome de rir e
Fome de vida,
Que deixe a outra fome
Menos sofrida.
Portanto, meu desejo,
Neste Natal, e peço
Como presente de niver,
É que toda gente
Tenha muita fome de paz
E de amor para o
O novo ano receber.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SER MUTÁVEL

Outrora criança rebelde,
Querendo seu lugar,
Seu colo, seu aconchego.
Briga interna constante.
Não sabia porque estava ali,
“Emprensada” entre tantos
Amados e desejados.
Quem mandou ser mulher?
Tornou-se uma garota tímida.
Colegas sabem atormentar,
A tímidos então nem se fala,
Insensíveis, a ela agrediam,
Expondo-a a constrangimentos.
Brigava consigo por assim ser,
Por deixar isso acontecer.
Veio a jovem agressiva,
Que não levava recados,
Que se fazia respeitar,
Mesmo que fosse no grito.
E, assim, foi levando a vida,
Ou por ela sendo levada,
A timidez não podia vir à tona,
Preferia mesmo enfrentar,
Tremia mas acontecia.
Aprendeu ou se perdeu,
Sabia o que queria,
Ou pensava saber.
Passou a brigar por tudo,
Por direitos, por ela,
também por cidadania;
Por irmãos, por amigos,
Pelos filhos, por convicções.
Agora, enfim, descobriu,
Não devia ter deixado:
A rebeldia instalar-se,
A timidez dominá-la,
A agressividade impulsioná-la.
Não gosta de nenhuma,
Jamais gostou!
Usou como armas, por defesa.
Quer ser forte, mas dócil;
Corajosa, mas terna;
Determinada, mas paciente;
Quer ser mais generosa
Com todos e, principalmente,
Com ela; se perdoar mais,
Ser menos ácida, menos cruel,
De seu fel fazer mel,
Viver de forma mais serena.
Ser apenas um ser
Sem nada a questionar,
Sem nada a procurar e
Sem consigo brigar.
Tempo haverá?!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

VOCÊ TAMBÉM É MINHA

Você sempre me emociona
Com seu riso, com seu “dinda”,
Com todo o carinho para comigo.
Meu elo com você não se explica
Mas, ele é muito forte, eu sei.
Talvez a considere um pouco minha,
Como se também a tivesse parido.
Não foi minha afilhada de fato
Mas o é de afeto, de ter querido.
Eu quis você e sei que acertei.
Eu era jovem e soube o quê dizer
Prá duas pessoas queridas
Que estavam esperando por mim,
Sem saber que eu chegava,
Só pra lhes falar o que queriam ouvir.
Adoro você e você sabe o porquê.

sábado, 21 de novembro de 2009

NÃO SUMO, ASSUMO!

Não me escondo...
De ninguém!
Se a alguém
Fizer algum dano,
Procuro me redimir.
Se fiz infeliz, saio,
Deixo o tempo corrigir;
Se muito cobro,
Paro, silencio, calo;
Se me acho demais,
Procuro aparecer menos.
Sumir, isso não faço,
É falta de coragem
De erros assumir.
Erro, erro demais,
Erro pra valer!
Mas, entre perdas e danos
Penso que nada devo,
Penso que não engano.
Estou aqui pra dizer
Que, se de mim lembrar,
Se quiser aparecer,
Certamente me encontrará
E tudo irei entender.

RUGAS, AS QUERO

Credo! que olhar é este?
Mirava e não piscava.
Olhos arregalados que fitavam,
No entanto, não olhavam.
A amiga diz: tem mais de setenta.
Penso (acontece raramente):
Que adianta não ter ruga e ficar
Com a cara assim tão esquisita?
Passei a olhar todas as senhoras,
Com as quais cruzava em Copacabana,
De idade a partir da minha
(sessenta, com cara de seis
meses a um ano a menos).
Que horror! Nunca reparei atentamente.
As mesmas expressões, ou melhor,
Expressão nenhuma! A mesma cara,
Pele repuxada, testa esticada,
Olhos esbugalhados, bochechas inchadas,
Lábios enormes, fazendo bico.
Creio que todas se acham lindas
E pensam ostentar juventude
Escondendo a idade. Bobagem!
Nada aparentando, podem ate
Fazer com que se pense, de
Matusalém, contemporâneas.
Não é exagero, é assim mesmo.
Poucas estavam sem botox, sem esticar,
E, lindas ou feias, suas rugas aparentes,
Na face lhes punham alguma expressão.
Envelhecer, e saber como, é dádiva.
Não sou contra acertar aqui e ali,
O que não se deve fazer é perder a noção
Que, nossas rugas, no rosto estampadas,
Expressam toda nossa emoção.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

CANSAÇO FINDOU

Tudo veio junto:
Carro pifou,
Coluna estourou,
Torneira quebrou,
Telefone não tocou,
Ninguém retornou,
Calor me sufocou,
Preguiça aumentou,
Mundo desabou,
Cansaço me pegou
E o sono chegou.
Sonho? pesadelo virou!
Suei, lutei!
Ufa! Acordei!
O pesadelo acabou.
Estou só! Compreendi.
Tenho que agir!
O dia amanheceu. Lindo!
Tudo está no lugar,
O que não estiver ficará,
Saberei resolver,
Serenidade virá,
Pra vida viver,
Sem me atormentar,
E nela melhor estar!

ELA, A GABRIELA

Minha filha amada,
Sempre muito esperada,
A que eu queria e não vinha.
Sonhei como era, antes de vir.
Até que chegou... cheia de “bico”,
De vontade; pequenina já
Não se deixava mandar.
Linda! Não tinha outra igual,
Até a “estrela” a homenageou,
Provo e comprovo, seu tipo copiou.
Muito desejada, ainda hoje a espero,
Sempre à sua espreita estou,
Quando a vejo meu coração dispara,
De amor só falto morrer.
Sei que ela também me ama,
No seu jeito tão especial de ser.
A Bi menina cresceu e virou mulher,
Mulher que tenho orgulho de ver.
Inteligente, honesta e audaz,
Não desanima e sabe viver.
É carente, fosse menina,
E forte, como mulher de fibra que é.
Esta é você filha que tanto amo,
Minha Gabriela, que está a me ensinar
O caminho onde procuro me encontrar.

domingo, 15 de novembro de 2009

AMAR TEM RISCO

Amar faz doer e sofrer,
A quem não sabe viver,
Viver o amor que vier,
Que só ele sabe quem é.

Ama quem sabe se doar
E quer o amado a cantar.
Quem cuida e não se dá
É porque não sabe amar.

De cuidados só prover
Pode tudo vir a ser,
Mas isso faz é sofrer
Àquele que se quer manter.

Mas, para não complicar,
Há quem só queira o estar,
De cuidados a se fartar,
Sem coragem de vir a amar.

Existe um amor pra valer,
Do jeito que tem que ser,
Sem ter medo de viver,
A emoção de vir a se perder.

Para este amor se ganhar,
Necessário também arriscar.
Por ele ate consigo brigar
E fazer da vida o verbo amar

sábado, 14 de novembro de 2009

MULHER EM PANE

Uma mulher frágil,
Em frangalhos,
Carente, impotente,
Triste e impaciente,
Foi a que encontrei hoje,
Em pane e infeliz,
Sem saber o que fazer,
Perdida na estrada.
Perguntei onde estava
Aquela mulher ousada,
Corajosa, determinada,
Alegre e que tudo faz.
Sem titubear ela respondeu:
Está de férias... prolongada!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

CHUVA QUE MOLHA A ALMA

Chove! a noite inteira choveu,
A água molha as ruas,
Deixando a cidade sombria.
Chuva com vento forte,
Que vem feito um intruso,
Batendo portas e janelas,
Congelando até a espinha.
Vento que traz as ondas,
Que quebram na praia,
Se fazendo ouvir ao longe.
Tudo isto é o céu,
Mostrando a inveja do amor,
Que faz chorar a mulher,
Que não soube se fazer amar.
O céu quer mostrar à todos,
O quanto é mais caudaloso
Que a mulher, frágil, a chorar.
O amor não vivido e interrompido,
Quando desejo há nos amantes,
Faz olhos debulharem-se em lágrimas
Ardentes que queimam o coração
Daqueles que o sentem.
Lágrimas são como as chuvas,
A água da chuva lava as ruas,
enquanto lágrimas lavam a alma e
deixam as amantes frágeis e nuas.
Nuas porque a todos se revelam,
demonstram o que padecem e,
Das promessas feitas, ate esquecem.

DE TODOS OS AMORES

Amor com dor
Todo mundo já rimou,
Todo mundo já cantou.
E, com muita propriedade,
Disse Gabriel Garcia Marques,
Ao falar do poder, o comparando
Com o amor, “... tem dois gumes:
Exercemos e padecemos.
Gera estado de levitação pura,
Gera também seu avesso...”
Quem ama sofre por inveja,
Por ciúme, por perder,
Por não ter, sofre até porque
não sabe com ele viver.
Mas abdicar de amar
Não é pra qualquer pensante,
Pode ser até que não exista
Um sequer para contar
Ter passado a vida sem amar.
A maioria que não tem amor,
E dele nem quer mais saber,
Decerto só viveu o que é dor,
Amar, ainda nem sabe o que é.
Tem amor de todo jeito,
De pai, de filho, de amigo,
Amor paternal, amor filial,
Amor fraternal e o, sem igual,
Amor maternal. Mas, o amor
Mais complicado, que mais
Mexe com a gente, é o
Que nos dilacera o coração,
Oprime e sufoca o peito,
Perturba nossa mente, até
Chega a ferir nossa alma e,
Embotando nossa vida, faz
Lágrimas virarem sangue.
Este amor é o que se sente
Por quem não gosta da gente

domingo, 8 de novembro de 2009

ESTAÇÕES DA VIDA

Adolescência é a primavera,

Nos jovens a estação é verão,

Inverno a fase adulta da vida,

E, enfim, o outono que

Muitos alcançarão, outros não.

Descobrimos nosso corpo,

Vamos desabrochando,

É a natureza, sobejamente,

Se fazendo em nós primavera.

Ah! o amor e suas dores,

Vêm com a adolescência,

É o nosso despertar!

Que delícia o verão!

Namoramos, dançamos,

Curtimos a juventude,

Com todas as descobertas

Que ela nos traz, na busca

Incessante de prazer, de

Nosso amado encontrar,

Vivendo amor e dor

Em todo seu esplendor.

Inverno é o tempo

Do recesso, do crescer,

Do trabalhar, do se afirmar.

Seja como homem,

Como profissional,

Criando filhos, produzindo.

Administrar a vida,

Amar e sofrer, uns

Sem muito se rebelar,

São coisas que adulto faz.

E vem o outono, e com ele

Podemos viver, tal qual na

Adolescência, novo despertar.

Temos mais sabedoria

Para toda dor de amor viver,

E dela tirar proveito.

Nesta fase da vida

Não se tem pressa,

Os filhos já caminharam,

Não mais trabalhamos por

Necessidade, se o fizermos

Será mais pra não enferrujar

E o espírito jovem ficar.

Quem puder no outono chegar,

E souber dele aproveitar,

Verá a vida mais bonita

Pois aprendeu a contemplar,

E até aprendeu o que é amar.

Duas pessoas na velhice,

Que se descobrem amando,

Trazem no rosto espelhado

O que lhes dá felicidade.

Nesta fase, todas as estações

Vividas em sua plenitude,

Por quem soube esperar.

Se quiser ver é só observar!

sábado, 7 de novembro de 2009

EXPLICAÇÃO À JÔ

Você não entendeu,

Não analise a mim

pelos poemas que faço.

Se ficou transparecido,

Eu agora lhe explico:

Não preciso,

pra ser feliz,

De novo amor.

Eu tenho amor,

Eu tenho amores,

Talvez até paixão,

Ainda sei não.

Quanto à história,

Ela acabou,

Não estou remoendo,

sequer ruminando,

Descobri que morreu,

Já há tempos.

E hoje vi, exumada,

Os ossos viraram pó.

PAIXÃO É VIDA

Descobri mais que a pólvora,

Descobri que a paixão

É mais importante que o amor,

E, foi assim, de repente,

Agora, num rompante,

Sem querer, pensando na vida.

Vivi uma vida com alguém

Porque por ele era apaixonada,

Não era amor, era paixão.

Ele soube me conquistar.

Me apaixonei e amei,

Aquele homem me desejando,

Aquele homem me amando,

Aquele homem me dando filhos

(o melhor pai pra qualquer filho),

Aquele homem que confiava em mim,

Que eu queria perto de mim.

Um dia veio a total decepção,

Ele não mais me desejava não.

Acabou a paixão, o amor não,

O amo pelo que vivi,

Por tudo que com ele descobri.

Eu o amo porque é pai de meus filhos,

Nada de mal quero que lhe aconteça,

Mas por ele não tenho paixão,

Nem com ele quero viver não.

Só quero viver se for por paixão,

Porque viver só por amor,

Não deve ser bom não.

Amor só sem paixão não dá tesão,

E vida sem tesão não tem graça não.

Agora, sem errar, sei que posso amar,

Por quem vier a me apaixonar.

Não é que troque de amor fácil,

É que posso amar se apaixonar,

Foi isso que descobri,

E em que nunca havia pensado.

Pensava que paixão era ruim

E, no entanto, ela que move a mim.

Sei me dedicar a quem amo,

E a tudo que faço,

Mas sei que posso mais por quem,

Ou por aquilo que me apaixono.

Preciso viver de novo uma paixão.

Pra me sentir viva preciso me apaixonar,

E saber que posso me fazer também.

É assim que funciona comigo,

Amar vem na esteira da paixão.

Me apaixono, a vida fica cheia de graça,

vira um verdadeiro tesão e

Passo a amar pra valer minha paixão,

Seja ela um homem ou uma ocupação,

E por ela vou pra qualquer grotão.

Viva a paixão!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

ANGÚSTIA

Abraço apertado,

Sorriso molhado,

Beijo salgado,

Tudo negado.

O sol não aparece,

Nada acontece,

O corpo padece,

A vida espairece.

Ah! se pudesse,

O dinheiro desse,

Punha no avião,

Toda a solidão.

So resta a prece,

Que arrefece,

Tira todo o tesão,

E toda a ilusão.

PARABÉNS! O MEU

Para você parabéns,

E, que, os anjos digam amém,

Pra tudo que quero lhe desejar.

Felicidade não é brincadeira de papel,

Como disse o poeta,

Ela está à sua procura, abra a porta,

A deixe entrar.

Se não quiser abrir faça, com o que tem,

Uma vida florida pra seu caminhar.

Diga tudo o que quer,

Escreva num papel e vá fazendo a sua parte,

As outras virão, basta ter convicção.

Se sua felicidade estiver no outro,

Sejam filhos, companheira, amante, amigo,

Diga-lhes o que deseja e, juntos,

Façam com que aconteça.

Pra estar bem com a saúde também precisa,

Além dos médicos, de toda uma ciência.

Equilibre os sentimentos pra que o organismo

Nao sofra as consequências.

Fique de bem com voce, isso de verdade,

Voce pode enganar aos outros

Mas, não consegue ao seu coração,

Ele bate forte em seu peito,

Cada vez que voce lhe diz não.

Esta receita lhe dou e dela vou aproveitar

Vou hoje, neste dia, em sua homenagem,

Me prometer que felicidade, tudo que quero,

É fácil de conquistar,

Basta querer o possível e só com ele contar.

Será o meu presente de niver,

Pra voce que tanto me faz pensar

E a quem desejo muito agradar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

CONTANDO DE MIM

Fruto de amor virei feto;

Tive pai e tive mãe;

Fui bebê, fui criança;

Adolescente, corri na rua, bati

E apanhei; fui jovem e estudei;

Então fui a professora,

A bancária, a contadora;

A economista, a planejadora;

A responsável por zona eleitoral,

E, requisitada, até na pesquisa

Atuei; enfim a aposentada...

Nossa! Que palavrão!

Fui patroa, fui empregada e,

Enquanto labutava, tive amigos e

Namorados; adoeci e me curei;

Casei e virei adulta;

Fui esposa, tive filhos, virei mãe

(me achava super mãe);

Pensava também que era amante,

Mas era esposa somente.

Veio a separação e,

Separada... baita palavrão!

Uma amiga, por isso, perdi,

E até hoje não entendi;

Ficha me recuso a preencher,

Pois casada não sou,

Divorciada também não;

Disse ao médico: "em aberto",

Ele riu e disse: “esta é uma boa”.

Pensei com imodéstia: boa sou eu!

Agora tenho mãe, filhos e genros;

Noras , irmãos, sobrinhos e amigos;

Sou filha, sou tia, sou amiga;

sou mãe, sogra e... delícia! sou avó!

Mas isto só não me basta não;

Voltei a querer ser namorada,

Amante e ter profissão;

Arranjei uma ocupação,

E, com isso, passei também

A ter mais diversão.

Ainda, assim, só isso não basta,

Quero mais inventar.

Pensei em crônicas fazer, ou

Um livro escrever, mas não sabia

Nem por onde começar;

Até que um dia, apaixonada, pensei:

Poema é a solução; daí não mais parei.

A paixão era invenção? Sei não!

O sapo virou príncipe, não rei,

E príncipe é homem e tolo;

Homem tem lá seus dramas,

E, disso, não comento não.

Agora descobri que, no intervalo,

Entre a jovem, a adulta e a velha

Que serei; surgiu a nova mulher,

Sem modéstia, uma bela mulher;

Apaixonada por tudo que faz,

Teve tudo que quis esta Mulher;

Se basta com bem pouco na vida,

Mas o pouco pra ela sempre é muito;

Só do bom e do melhor esta mulher quer.

PERMISSIVAS BOBAGENS

Quando fiz cinqüenta anos
Disse que ia me permitir
Falar todas as besteiras,
As besteiras que pensasse,
E, pra críticas, nem ia ligar.
Assim foi, ria e me divertia,
De quem se escandalizasse.
Não era vulgar, acredito,
Mas não me policiava.
Depois dos sessenta,
Permito-me fazer todas
As bobagens que não agridam,
a mim e nem a outrem.
Por isso estou procurando,
A ninguém atormentar,
E com as palavras brincar.
Com palavras brincando,
Bobagens vou querendo,
E muitas outras falando.
E, de olhos abertos, besteiras
Vou fazendo e me permitindo.
Espero que a vida seja este
Divertimento pra quem descobre
Que não tem que ter pressa,
Pois com a idade o tempo voa.
O meu tempo tem voado e,
Quero por ele ir passando,
Rindo, dizendo besteiras e,
Brincando, fazendo bobagens.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

DESTINO SONHADO

Vivendo vou vencendo,
Vencendo meus limites
Tenho vivido.
Descobri que, na vida,
Pra ela melhor ser vivida,
Precisamos aceitar desafios.
Temos medo de voar,
Se isso aceitarmos,
Não entramos num avião,
E não vamos além do chão.
Temos medo de morrer,
E, por medo de morrer,
Nosso mundo fca pequeno,
E... deixamos de viver!
Temos medo de amar,
Com medo de sofrer,
Evitamos esta dor,
Mas, também, não vivemos
O que é o amor,
Não sentimos um alguém,
Que nos ama e quer bem,
Que tudo pode nos dar,
E de prazer ate nos matar.
Terminar relação falida,
Coragem poucos têm,
Não sabem que o recomeço,
Tal qual a primavera,
Enfeita o jardim da vida,
Nos fazendo sentir até
Emoção já esquecida.
Viver é arriscado,
Isso já ouvi e já li,
Mas o sabor do risco
Eu sei e já senti.
Viver a vida com prazer,
Não é pra qualquer um,
É para aquele que quer
Sair da janela,
Fazer seu caminho,
E não só ver a vida passar.
É assim que construímos,
A vida que queremos,
Ousando, desafiando,
Nos atirando, arriscando.
E, vencendo limites.
Nossos sonhos, então,
Transformam-se nos
Nossos destinos.

AMIZADE E ADMIRAÇÃO

Minha amiga diz:
“sou toda pensante,
quieta e também falante,
voce é como meu espelho,
lhe confesso:
estou me preprando pra voce!"
Nem sei o que, com isso,
ela quer dizer.
Mas sei que quando diz:
"cresço sempre com voce!”
ou “quando crescer,
quero ser como você!"
mostra toda a generosidade
daquela que sempre me ouve,
e, na metade de minha idade,
tem muito a me dizer.
Amigas tenho aos montes,
perto e também distantes,
sempre me fazem carinho,
e, com elas, traço meu caminho.
Nesta estrada da vida,
mesmo comigo na direção,
o rumo que devo tomar,
são amigas que me dão.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

CENÁRIOS DE UMA EMOÇAO

Dirigindo não contemplo.
Um dia, seis horas, num taxi,
enseada de Botafogo,
o sol cobrindo a cidade.
Olho à esquerda,
uma nuvem cobre o
morro do Corcovado,
acima dela vê-se só o Cristo,
braços abertos
(já cantou o poeta),
abençoa a cidade,
me abençoa e diz:
“vai, sê feliz!”
Linda imagem!
À direita o sol
brilhando radiante,
ilumina o mar,
a baía.
Maravilha!
Isso é um privilégio,
morar no Rio de Janeiro,
desfrutar destes cenários.
Me emociono de viver isto.
Estou e sou feliz.
Contemplo e aproveito
destas imagens.
Comento ao motorista:
só falta o povo amar
mais esta cidade e
cuidar que esteja limpa.
Limpa de todas as mazelas.
Chego ao Santos Dumont,
da emoção à tensão.
Que tensão!
Mix de felicidade, emoção e
tensão, como nunca vivi.

HOJE

Não quero o hoje
Ele esta me sufocando,
Me oprimindo o peito.
Não quero chorar,
Não quero sofrer.
Quero rir e gargalhar
Sem sofrer, sem chorar.
Vou programar o dia de amanhã,
Que cheio de esperança será.
O hoje esta cheio de saudades,
Saudades que tenho de mim,
Saudades do dia de ontem,
Saudades do que terei amanhã.
Amanha não quero "este" ontem,
Ontem não queria "este" amanhã.
Hoje quero apagar tudo,
Tudo que da vida hoje pensei,
Pensei ate virem lágrimas,
Lágrimas que sempre represei.
Não quero meu rosto molhado,
De lágrimas sem sentido,
Sentido que não encontrei,
Pra esta tristeza amarga,
Que hoje a mim se agarra,
Atrapalhando minha vida,
Que me apraz ser vivida.
Chega deste hoje triste,
Posso e vou fazer diferente,
Olhando sempre à frente,
Darei sentido à vida,
À vida que hoje não tive!

SOLIDÃO

Ela vem de mansinho,
A sinto logo que choro,
Instala-se bem pertinho,
Sei que com ela já moro.

Ela sabe a força que tem,
E, como uma pessoa ruim,
Tripudia sempre que vem,
Não a quero perto de mim.

Há quem com ela conviva,
Dela sempre tira proveito,
Ferindo-se em carne viva,
E com muita dor no peito.

Lutamos como duas feras,
As duas muito valentes,
Na luta a expulso deveras,
Ou com ela fico eternamente.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

MEUS DELÍRIOS

Os vejo longe,
Meu sonho vem vindo.
Os vejo perto,
Meus filhos e meu amor indo.
Estão todos longe,
Não os alcanço e canso.
São sonhos e devaneios
Acordo e descanso.
Sempre estou longe,
Quando os quero perto.
E, quando perto,
Eles bem longe.
Tudo incerto,
Tudo sofrido,
Nada vivido.
Penso no remanso
Que quero e não quero,
É manso e me canso.
Tudo está perto,
Tudo está longe.
De repente desperto,
Tudo é delírio.
Ou não!