quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

À TOA NO JARDIM

Enquanto espero
Sinto o vento,
Olho as flores
E delas as cores.
Em volta, no alto,
Vejo o verde
Das palmeiras...
Imperiais!
Vindo da grama
Sinto o cheiro
De mato molhado
E da esperança
Do verde
Que sempre alcanço.
Pássaros
Beijam flores,
Casais enamorados
Bocas beijam
Ardentes de desejos.
Aqui e ali
Borboletas
Em leve balançar
Colorem a tarde
Com o brilho
Das suas asas
Matizadas.
A magia da beleza
Quando pousam
Sobre flores.
Pessoas, poses,
Sorrisos, “flashes”,
Num alegre ir e vir.
Um jardim,
Um museu,
Um palácio,
A História.
Eu aqui,
À toa na espera,
Busco meu sonho
Na memória.

DA VIDA, PASSAGEIRA

Entre idas e vindas
Chegadas e partidas,
Um aeroporto e outro
Repenso a vida
Passageira dela que sou.
Sem despedidas,
Sem ninguém pra dizer:
Volta, te espero!
Entre tantos desconhecidos,
Na sala de espera,
Sinto a solidão companheira.
Até o medo de mim se afastou,
Entro num avião sem o pavor
Que antes me consumia.
Nada!
Viagens para matar saudades,
Sem ter com quem dividir
O prazer no passear,
Encontrar, conversar,
Comentar novidades.
Tal um jogador solitário,
Cumpro na vida tabela
Esperando o fim
De um campeonato,
Que nem sei se serei
Vencedora ou perdedora,
Onde sequer há empate.

SOZINHA

A música me absorve,
Paro de ler e fico a ouvir,
Confundem-se em mim
Música e sentimento,
Passo a escutar
O que tenho a me dizer.
A música ao fundo,
Eu em um café,
Entre um filme e outro.
Sozinha,
Ninguém ao meu lado,
Me pergunto
Se gosto da solidão.
Minha resposta
Vem numa pergunta:
Que paz é esta
Que não me dá paz?
Quero mais!
Só paz não me satisfaz,
Quero a turbulência
Do estar a dois.