terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A LUA DA JANELA

Sozinha, deitada estou lendo
quando sinto a claridade sobre mim.
É a lua se derramando em meu quarto.
Não fossem as janelas à frente,
com seus olhares invasores
a devassarem minha privacidade,
na minha cama nua me deitaria
e da linda lua me banharia.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

COM AMOR NAO SE BRINCA

Vida tranquila, divertida, saltitante...
Inesperadamente o amor
chegou sem pedir licença,
foi se instalando, invadindo,
tomando conta, se apropriando
em meio a culpas, angústias,
desespero...
Parecia amor de conto de fadas,
como daqueles impossíveis,
de tão forte que era.
Então, um dia...
como chegou foi saindo,
sem sua anuência,
não se importando
se o que tinha plantado
havia florescido
ou sido devastado
pelas intempéries
a ela causada...
Mentiu, omitiu, frustrou,
brincou, machucou...
Transformou a mulher
em espectro de gente.
A ausência, o silêncio,
quando descoberto
deles os motivos
foi como punhal
fincado no peito...
Faltou-lhe ar, força
coragem...
Sofreu, adoeceu,
prostrou-se...
Vingança!
O amor próprio ferido pedia
fosse mesquinha.
Poderia ter feito pior,
mas a quebra do silêncio
a fez pensar, refletir,
ignorar...
Preferiu se afastar,
matar todo o sentimento
que dentro dela havia.
Quem sabe um dia...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

FOSSE HOMEM O MAR

Delicioso ele estava,
sua água quente me convidava
a dar um mergulho.
Como era o primeiro do ano,
pulei as sete ondas, mergulhei
e saí correndo pra nao ser tragada
pela enorme onda que se aproximava.
Ouvindo o barulho das ondas
quebrando na praia,
fiquei olhando a espuma sumindo na areia.
Que medo tenho dele!
Parece um homem atrevido querendo me envolver
e levar-me para longe, sem saber onde vai parar.
Hoje tenho medo do mar, antes eu o enfrentava,
respeitava mas nao lhe temia.
Até que um dia ele me mostrou sua força
num "caixote", quase me afogando.
Se eu não tivesse sido valente e lutado
ele teria me jogado desmaiada e desnuda na areia.
Fosse ele um homem atrevido querendo me carregar,
mesmo sem saber onde eu pudesse parar,
poderia até deixar de respirar que a ele iria me entregar.