domingo, 22 de abril de 2012

EGOÍSTA SOLIDÃO

Estou inerte,
na cama
parada.
Quero sair,
andar,
partir.
Não consigo!
Não, não é
o vício daqui
que me prende.
É a solidão
não traiçoeira
que me quer
só pra ela,
egoísta
que é.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

DIA DO BEIJO

Beijos molhados,
suaves, ardentes,
lascivos, invasivos,
devassos e lambidos.
Beijos roubados
mas surpreendentes
e ate do atrevido que
beija sem consentimento
e recebe um tapa de volta
muito bem merecido.
Beijos doces, abrasivos,
adoráveis, inesquecíveis,
e, com língua entredentes,
fazem perder o fôlego
daqueles já perdidos
entre braços e abraços.
Beijo, beijo, beijo...
o início de tudo
que o amor permite.
O pavio que acende
a chama do desejo
a queimar os amantes.

domingo, 8 de abril de 2012

A PÁSCOA QUE NAO É MINHA

Eu que fui criada
celebrando Páscoa
Natal e Ano Novo,
hoje sou totalmente
avêssa a eles.
Domingo de Páscoa
nada me diz,
e nao sou herege.
Preferia que
todos os dias
de Páscoa fossem,
assim teríamos
e praticaríamos
a solidariedade
entre uns e outros
buscando o renascimento
de esperanças, de amor,
de igualdade entre nós
(pobres ou ricos,
sendo gays ou héteros,
negros, brancos ou amarelos,
ateus, cristãos ou esotéricos,
saudáveis ou flagelados,
castas ou prostitutas).
Isto que Cristo pregou
e foi morto e sacrificado
para que entendéssemos
e praticássemos
em nosso dia a dia
e nao um só dia por ano.

sábado, 7 de abril de 2012

O SOPRO DO VENTO

Sopra o vento forte
balançando galhos das árvores
até que soltas suas folhas
levemente vão ao chão pousar.
Grita alto o vento,
feito um uivo apavorante,
na escuridao da solidão
deste deserto em que me encontro.
Vento que geme de dor ou de prazer
deixa de soprar dentro de mim.

O BELO, NA ESSÊNCIA

Descobri na primavera
uma nova bela paixão:
observar, contemplar
e fotografar flores.
Amarelas, brancas, roxas,
rosas e vermelhas,
em todos os tons e cores.
E, com elas me fascinando,
vejo a beleza da natureza
como uma pintura colorida
de um artista consagrado.
Flores tão perfeitas
que muitas vezes as toco
para crer que têm vida
pois chega a me ocorrer
que, de tão belas,
possam ser artificiais;
como se a mão humana
fosse mais pródiga
em expor a beleza
do que a mãe natureza.
Com as flores me vejo
cada dia mais ligada
ao simples, à terra,
ao orvalho, ao vento,
ao sol, aos detalhes
e a tudo que é belo,
na essência.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

CARPIDEIRA DO AMOR

Como carpideira, chora.
Chora o amor que morreu,
amor que nem era dela,
um amor que nem viveu.
Carpideira, chora!
Chora o amor de outra,
um amor putrefato,
já em decomposição.
Chora a carpideira
o prazer que nao viveu,
do amor torto e mutilado
daquele que nao foi seu,
Aproveita carpideira,
chora o amor alheio
e, com ele, também chora
a perda de sua ilusão.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SAUDADES!

Saudades...
de nós
de mim
de voce!
Saudades...
do que tive
do que nao tive
do que vivi
do que nao vivi
por voce!
Saudades...
de momentos
de lugares
de onde nunca fui
de onde nunca irei
com voce!
Saudades...
do todo
do tudo
do que eu era
do que queria ter sido
pra você!
Saudades...
de ouvir novamente
você dizendo
sentir saudades
muitas saudades
de mim!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

SENTIMENTOS ETERNIZADOS

Cheiros, dores, sabores,
momentos e saudades
têm sido recorrente em mim.
Seja o cheiro do colo de mãe
ou o cheiro do amor juvenil
me vêm tão forte
trazendo lembranças
que supunha perdidas.
Eterna é a dor sofrida
que ainda fere, como punhal
transpassando-me o peito,
sentindo a falta de meu pai
e irmaos que se foram,
de amigos que partiram
e de amores que perdi.
Sabores são eternos
quando na simples lembrança
a boca enche-me de água...
ovo de tartaruga, me perdoem,
é minha "madaleine"
e o sabor da língua
no beijo de uma pessoa amada
está em mim entranhado.
Dos momentos, os eternos
em mim marcados com emoção:
quando me entreguei ao homem
que comigo partilhou a vida,
pai dos meus filhos,
e deles lembrando a chegada,
me fazem vir as lágrimas.
A minha saudade eterna
da forte presença paterna
e de um homem que,
de mim se despedindo em prantos,
tendo ou não de fato me amado,
fez-me sentir dentre as mulheres
a mais desejada das amadas.
Nada pode ser eterno,
tudo pode ser olvidado...
Posso perder olfato, paladar
visao, audição ou o tato;
posso me afastar e me perder
de tudo e todos que me marcaram,
mas nada, nem ninguem,
conseguirá apagar ou tirar-me
estes sentimentos que eternamente
estarão eternizados dentro de mim.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A LUA DA JANELA

Sozinha, deitada estou lendo
quando sinto a claridade sobre mim.
É a lua se derramando em meu quarto.
Não fossem as janelas à frente,
com seus olhares invasores
a devassarem minha privacidade,
na minha cama nua me deitaria
e da linda lua me banharia.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

COM AMOR NAO SE BRINCA

Vida tranquila, divertida, saltitante...
Inesperadamente o amor
chegou sem pedir licença,
foi se instalando, invadindo,
tomando conta, se apropriando
em meio a culpas, angústias,
desespero...
Parecia amor de conto de fadas,
como daqueles impossíveis,
de tão forte que era.
Então, um dia...
como chegou foi saindo,
sem sua anuência,
não se importando
se o que tinha plantado
havia florescido
ou sido devastado
pelas intempéries
a ela causada...
Mentiu, omitiu, frustrou,
brincou, machucou...
Transformou a mulher
em espectro de gente.
A ausência, o silêncio,
quando descoberto
deles os motivos
foi como punhal
fincado no peito...
Faltou-lhe ar, força
coragem...
Sofreu, adoeceu,
prostrou-se...
Vingança!
O amor próprio ferido pedia
fosse mesquinha.
Poderia ter feito pior,
mas a quebra do silêncio
a fez pensar, refletir,
ignorar...
Preferiu se afastar,
matar todo o sentimento
que dentro dela havia.
Quem sabe um dia...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

FOSSE HOMEM O MAR

Delicioso ele estava,
sua água quente me convidava
a dar um mergulho.
Como era o primeiro do ano,
pulei as sete ondas, mergulhei
e saí correndo pra nao ser tragada
pela enorme onda que se aproximava.
Ouvindo o barulho das ondas
quebrando na praia,
fiquei olhando a espuma sumindo na areia.
Que medo tenho dele!
Parece um homem atrevido querendo me envolver
e levar-me para longe, sem saber onde vai parar.
Hoje tenho medo do mar, antes eu o enfrentava,
respeitava mas nao lhe temia.
Até que um dia ele me mostrou sua força
num "caixote", quase me afogando.
Se eu não tivesse sido valente e lutado
ele teria me jogado desmaiada e desnuda na areia.
Fosse ele um homem atrevido querendo me carregar,
mesmo sem saber onde eu pudesse parar,
poderia até deixar de respirar que a ele iria me entregar.