quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

MEIO DE VIDA

Não, não faço poemas
Nem me penso poeta,
Seria pretensão.
É uma brincadeira
Com as palavras
E com minha emoção.
É uma forma lúdica
De aproveitar
Meus pensamentos,
De criar,
De inventar,
De me divertir...
De driblar o tempo,
A solidão
Ou o que quer que seja.
Enfim...
É a forma que encontrei
Para viver.

TRANSBORDANDO

Quero chorar
Todas as lágrimas
Deste rio
Que teima em correr
Dentro de mim.
Se transbordo
Todas de uma só vez
Talvez ele seque
E me sobre
A aridez...
Como um solo
De onde
A vida escoou

BEM TE VI

Desperto!
Abro a janela
Dia claro
Brilha o sol.
A araucária
Majestosa
Impõe-se
À frente.
Ouço canto,
Não havia
Pássaro.
Eu bem te vi
Nesta manhã!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

MINHA ÁRVORE DE NATAL

Minha árvore de natal
Será feita com muito amor,
O sentimento mais nobre,
Que às vezes nos faz sofrer
Mas que sem ele não sei viver.
Minha árvore será frondosa
Representando a amizade
E em seus galhos você,
Amigo querido que é.
Ausente ou presente,
Perto ou mesmo distante,
Seja antigo ou recente,
Amigo lembro com emoção.
Minha árvore terá fortes raízes,
São meus valores, meu passado,
O que fui, o que sou...
É a força que me sustenta
Quando ventos e tempestades
Querem à terra me levar.
Nessas raízes estão meus pais,
Meus irmãos, sobrinhos, enfim...
Todos da família de onde vim,
Com nossas circunstâncias
E todas nossas arestas
Que, por mais que incomodem,
Deles não quero prescindir.
Minha árvore será florida
Exalando perfume.
São lindas flores
Que transformam-se
Em doces frutos
Dando sabor à minha vida.
São meus amados filhos,
A quem tanto admiro,
Cuca, Dan, Jô e Bi,
Com eles seus parceiros,
Que, como filhos adotei.
Minha árvore terá no alto
Uma estrela, um astro
Ainda sozinho,
Esperando companhia.
É o Gael, meu neto
Que me dá muita alegria.
Sobre minha árvore
Voarão alguns pássaros
Enfeitando e encantando,
São meus dez afilhados,
Que, como presente, ganhei.
Não poderia deixar de falar
Que minha árvore de natal
Não será colocada em vaso
Mas em solo fértil,
Desta terra que tanto amo,
Nutrindo a todos nós
Com a seiva da prosperidade,
Paz e harmonia.
Minha arvore também
Receberá do sol
Raios de luz de esperança
Para iluminar nosso Natal
E todos os nossos dias
Deste Novo Ano que inicia.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

REJEIÇÃO

Choro o abandono
Da menina carente
Esperando ser abraçada.
Menina e já rejeitada.
Sofro a angústia
Da jovem que num repente
Tem os sonhos roubados
E sente na pele
O medo de ser rejeitada.
Com a pele sem dor
E os nervos em choque,
Fugindo e me escondendo,
Conheço a solidão
E ainda nem era mulher.
Mulher me abandonei,
E, abandonada de mim
Me entreguei
À vida.
E, na roda da vida
Um circulo vicioso,
Feito rodamoinho,
Vem me sugando.
Rejeição,
Sofrimento,
Lágrimas,
Dor,
Solidão,
Entrega,
Rejeição,
Abandono...
Achei um vilão
Da minha solidão,
É ela, a rejeição.