segunda-feira, 17 de maio de 2010

VIDA SEM VIDA

Náufraga em alto mar,
Sem salva vidas,
Sem esperar socorro,
Ninguém sabendo de mim,
Sem ânimo, sem forças...
É como eu estou!

Encaixotada, sem etiqueta,
Sem rumo, sem dono,
Por ali já esquecida,
Louças mal embaladas,
Os cristais se trincando...
É como me vejo!

Um livro já lido, amarelado,
Jogado sobre a escrivaninha,
Ou no fundo do armário
Sem estante, desfolhado,
Envelhecido, cheio de pó...
É como me penso!

Palhaço sem picadeiro,
Sem graça dentro de si,
Sem platéia, sem aplausos,
Com o rosto ainda pintado
Do palhaço que já fora...
É como me encontro!

Uma rosa sem perfume,
No jarro de água turva,
Já murcha e já sem vida,
As pétalas despencando,
Não enfeita, só empana...
É como me sinto!

Náufraga perdida;
Vida encaixotada;
Livro largado;
Palhaço sem riso;
Rosa sem cor...
A vida me deixou!

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