quinta-feira, 4 de novembro de 2010

TAPETE DE FOLHAS

Folhas secas, outras murchas,
Estalando sob pés descalços
Da criança que alegre e feliz
Catava ouriços de castanhas.
Momentos longínquos...
Revi a garota na floresta amazônica
Entre caboclos, fornos de farinha
E tachos de mel de cana.
Cobras, aranhas e outras peçonhas
Naquele tapete de folhas inexistia
E, hoje, só de pensar me arrepia.
O cheiro do mato ainda paira no ar,
Na retina, das folhas secas, os tons.
Espalhadas ao chão folhas murchas
Umedeciam os pés da menina.
Não parecia dia, nem noite era.
No alto, entre copas das arvores,
Réstia da luz do sol brilhava.
Nítidas, como se fosse ontem,
Me vêm à lembrança as imagens...
Infância vivida em plenitude
Sobre o tapete da natureza
Feito de folhas e liberdade.

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