sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

SOLIDÃO É O VAZIO

A chuva deu uma trégua, estiou.
O dia amanheceu sem água caindo.
Uma réstia do sol, tímido,
Querendo entrar pela janela.
Eu, inerte, na vida pensando:
Velhice tem a ver com solidão?
Não que me sinta velha,
Meu espírito não envelheceu,
Mas vejo os dias passando.
Não penso no dia de amanhã,
Nem mesmo no dia de hoje,
Só no que tenho que fazer agora,
No que é premente.
Programo uma série de atividades,
Muita cultura e lazer,
Mas aí penso que vai chover
E arranjo desculpas pra não fazer.
Não tenho medo da velhice,
Mas não sou amiga da solidão,
Não fiz ainda um pacto com ela,
De viver com ela dentro de mim.
Com ela tenho mais convivido,
Mas não quero a sua intimidade.
Ser sua conivente, sei que é preciso.
Preciso aprender a conviver com a solidão
Senão serei uma velha sempre triste
E isso não quero prá mim.
A solidão é o vazio que vejo quando
Olho dentro, no fundo de mim.
E quando a vejo meus olhos marejam,
O peito dói, a garganta sufoca,
Seguro o pranto que teima até cair.
Não entendo o processo pelo qual passo.
Será que chego a ter pena de mim?
Sorte a minha que penso ser forte,
Invento coisas a pensar, a imaginar.
Penso que as palavras são minhas aliadas.
Escrevendo, lendo e até teclando,
Vou ganhando, no meu dia a dia,
A luta constante que travo.
Não luto contra a velhice, gosto dela,
Luto contra a maldita da solidão.
Tem vencido a minha integridade
Apesar de muito aperto no coração.

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