sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SER MUTÁVEL

Outrora criança rebelde,
Querendo seu lugar,
Seu colo, seu aconchego.
Briga interna constante.
Não sabia porque estava ali,
“Emprensada” entre tantos
Amados e desejados.
Quem mandou ser mulher?
Tornou-se uma garota tímida.
Colegas sabem atormentar,
A tímidos então nem se fala,
Insensíveis, a ela agrediam,
Expondo-a a constrangimentos.
Brigava consigo por assim ser,
Por deixar isso acontecer.
Veio a jovem agressiva,
Que não levava recados,
Que se fazia respeitar,
Mesmo que fosse no grito.
E, assim, foi levando a vida,
Ou por ela sendo levada,
A timidez não podia vir à tona,
Preferia mesmo enfrentar,
Tremia mas acontecia.
Aprendeu ou se perdeu,
Sabia o que queria,
Ou pensava saber.
Passou a brigar por tudo,
Por direitos, por ela,
também por cidadania;
Por irmãos, por amigos,
Pelos filhos, por convicções.
Agora, enfim, descobriu,
Não devia ter deixado:
A rebeldia instalar-se,
A timidez dominá-la,
A agressividade impulsioná-la.
Não gosta de nenhuma,
Jamais gostou!
Usou como armas, por defesa.
Quer ser forte, mas dócil;
Corajosa, mas terna;
Determinada, mas paciente;
Quer ser mais generosa
Com todos e, principalmente,
Com ela; se perdoar mais,
Ser menos ácida, menos cruel,
De seu fel fazer mel,
Viver de forma mais serena.
Ser apenas um ser
Sem nada a questionar,
Sem nada a procurar e
Sem consigo brigar.
Tempo haverá?!

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