sábado, 21 de novembro de 2009

RUGAS, AS QUERO

Credo! que olhar é este?
Mirava e não piscava.
Olhos arregalados que fitavam,
No entanto, não olhavam.
A amiga diz: tem mais de setenta.
Penso (acontece raramente):
Que adianta não ter ruga e ficar
Com a cara assim tão esquisita?
Passei a olhar todas as senhoras,
Com as quais cruzava em Copacabana,
De idade a partir da minha
(sessenta, com cara de seis
meses a um ano a menos).
Que horror! Nunca reparei atentamente.
As mesmas expressões, ou melhor,
Expressão nenhuma! A mesma cara,
Pele repuxada, testa esticada,
Olhos esbugalhados, bochechas inchadas,
Lábios enormes, fazendo bico.
Creio que todas se acham lindas
E pensam ostentar juventude
Escondendo a idade. Bobagem!
Nada aparentando, podem ate
Fazer com que se pense, de
Matusalém, contemporâneas.
Não é exagero, é assim mesmo.
Poucas estavam sem botox, sem esticar,
E, lindas ou feias, suas rugas aparentes,
Na face lhes punham alguma expressão.
Envelhecer, e saber como, é dádiva.
Não sou contra acertar aqui e ali,
O que não se deve fazer é perder a noção
Que, nossas rugas, no rosto estampadas,
Expressam toda nossa emoção.

2 comentários:

  1. Vera
    Domingo.....Visitei teu blog.... "Rugas, as quero"...........adorei...realmente, estou tbém nesta reflexão. As vezes, as rugas aborrecem...depois penso que elas são necessárias e representam nossa caminhada como ser humano...
    Abraço
    Lucia Antonelo
    Boa Vista do Incra RS

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  2. Oi Lucia, minhas rugas têm a ver comigo, elas expressam meus sentimentos. Beijos

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